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2012 - Livro Vermelho 2013

Dicksonia sellowiana Hook. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 11-06-2012

Criterio: A2abcd

Avaliador: Julia Caram Sfair

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: Daniel Maurenza

Analista(s) SIG: Thiago Serrano de Almeida Penedo

Especialista(s): Augusto C. P. Santiago, Claudine M. Mynssen


Justificativa

Dicksonia sellowiana foi muito explorada para a confecção de vasos e placas de xaxim, sendo muito comum em floriculturas e em residências como substrato para o cultivo de orquídeas. Com a restrição da comercialização do xaxim proveniente de D. sellowiana, substratos alternativos começaram a ser colocados no mercado. Apesar disso, o xaxim ainda é bastante extraído da natureza. Isso se deve ao fato de ser uma planta relativamente comum em florestas tropicais úmidas. Atualmente, são estimados três milhões de indivíduos adultos de D. sellowiana na natureza. Entretanto, considerando o histórico de extração, acredita-se que cerca de 75% deles tenham sido retirados da natureza nos últimos 10 anos apenas no Estado do Paraná. Extrapolando para os demais Estados, suspeita-se que mais de 50% dos indivíduos tenham sido transformados em substrato nesse mesmo período. Sabe-se que D. sellowiana é uma espécie de crescimento lento e que indivíduos adultos podem ter mais de 200 anos. Portanto, a recuperação populacional não acompanha o ritmo da sua extração. Além disso, essa espécie ocorre em áreas sob intensa pressão por desmatamento, em que a diminuição na qualidade do hábitat reduz a variabilidade genética das subpopulações. Dessa maneira, D. sellowiana é considerada "Em perigo" (EN).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Dicksonia sellowiana Hook.;

Família: Dicksoniaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Dados populacionais

Em São Francisco de Paula (SC) foram amostrados 154 indivíduos em 10 ha de floresta ombrófila mista (Araujo et al. 2009). No mesmo estudo os autores afirmam que a espécie apresenta distribuição agregada em ambientes úmidos e distribuição não agregada em ambientes secos.Um estudo fitossociológico na floresta ombrófila mista de São Francisco de Paula (RS), Senna (1996) obteve valores de 90% em freqüência absoluta (presente em 27 das 30 parcelas amostradas). Dentre os 71 indivíduos amostrados, mais de 50% apresentavam altura até 1 m.O estudo feito por Mantovani (2004) foram identificados nove subpopulações no Estado de Santa Catarina. Os fragmentos apresentam área entre 50 e 150 ha. Em cada fragmento foram amostrados 0,08 ha que apresentavam subpopulações variando de 188 a 4038 indivíduos, sendo o número de indivíduos adultos 33,5% e 49,9% da subpopulação, respectivamente.Em estudo realizado em dois fragmentos de 1 ha cada em São Francisco de Paula, SC foram encontrados 143 indivíduos. Quase todos os indivíduos apresentam altura entre 0,8 e 1,6 m, um indicador de que a população tem potencial de recomposição populacional (Blume et al., 2010).Em estudo feito por Gasper et al. (2011), foram amostradas 5786 indivíduos em 34 parcelas distribuída no Estado de Santa Catarina que somam 37,03 ha. Gomes (2001) identificou duas subpopulações em Santa Catarina. A a primeira contém 114 indivíduos e a segunda 1366 indivíduos, sendo 34 e 915 indivíduos em fase reprodutiva, respectivamente.A espécie parece ter potencial para regeneração de paisagem. Na Colômbia, em pastagem abandonada a 20 anos, Arens; Baracaldo (1998) verificaram nas áreas primárias e secundárias a ocorrência média de 140 a 240 indivíduos/ha, respectivamente. Já nas áreas abertas, onde indivíduos formam o dossel, a densidade chegou a 3.200 indivíduos/ha.

Distribuição

A espécie ocorre nos Estados Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Condack, 2012).

Ecologia

Arborescente e terrestre (Fernandes, 1997). A espécie ocorre em tipos de florestas úmidas, tais como Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista com áreas abertas, nubladas e de altitude e Floresta Estacional Semidecidual (Fernandes, 1997).Segundo Schmitt et al, (2009) o crescimento médio anual da espécie é de 4,78 cm. Uma estimativa com o crescimento mais rápido da espécie (5,65 cm por ano), a mesma demora cerca de 23 anos para alcançar 1,3 m de altura (CNCFlora, 2012).Em Santa Catarina a espécie ocorre preferencialmente em locais úmidos como a beira de córregos ou riachos, locais sombreados como o subdossel, locais com baixa temperatura, grande altitude e episódios geadas (Mantovani, 2004).Segundo Sehnem (1978) a espécie também cresce em lugares pantanosos nas serras, em encostas serranas e excepcionalmente em banhados das baixadas.A espécie apresenta alternância de geração, podendo se reproduzir pela formação de sementes e esporos. Segundo Gomes et al. (2006) possivelmente a espécie tem estratégia reprodutiva de dormência dos esporos ou tempo de germinação assíncrono, produzindo banco de gametófitos e esporófitos nas áreas de ocorrência.Espécies epífitas das famílias Aspleniaceae, Blechnaceae, Dryopteridaceae, Hymenophyllaceae, Polypodiaceae e Vittariaceae utilizam D. sellowiana como subtrato para crescimento (Schmitt et al., 2005).

Ameaças

1.3.3.2 Selective logging
Detalhes Nas matas de araucária ao Sul do Brasil, a espécie sofreu expressiva redução de suas populações em estado natural, devido principalmente à exploração para a fabricação de vasos e substratos (Mantovani, 2004)

3.4.3 Regional/international trade
Detalhes O relatório publicado pelo IBAMA em 1997 mostra que entre 1990 e 1995, o Brasil era o maior país exportador de D. sellowiana do mundo, sendo que nesse período, mais de 4.000 plantas vivas foram exportadas para Itália, Estados Unidos e França (Mielke, 2002)

1.3.3.2 Selective logging
Detalhes No Rio Grande do Sul, os indivíduos pequenos (1,2 m) são indicativos de extração da espécie (Blume et al., 2010).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU) segundo a Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

3 Research actions
Situação: on going
Observações: Em estudo conduzido por Souza et al., (2007) foi reportado que 80% dos esporos são viáveis de germinação. Assim os autores puderam definir que é possível conservar a espécie in vitro e, aliado a métodos de micro-propagação, de forma que a espécie pode ser reintroduzida na natureza.

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Ameaçada segundo a Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008)

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Parque Estadual Serra do Tabuleiro, APA Rio Vermelho, RPPN Caraguatá, SC, Parque Estadual Serra do Mar, Estação Ecológica Bananal, Parque Estadual da Cantareira, Parque Nacional Serra da Bocaina, SP, Parque Nacional Serra dos Órgãos, Parque Nacional do Itatiaia, RJ, Parque Municipal Irmão Sirilo, Parque Municipal Tingui, Parque Municipal Birigui, Parque Ecológico da Klabin, Parque Nacional do Pico Paraná, Parque Estadual Vila Velha, PR, Parque Nacional do Caparaó, MG (CNCFlora, 2011) Parque municipal da Ronda, RS (Blume et al., 2010), FLONA do Caçador, Parque Nacional de São Joaquim, FLONA de Três Barras, FLONA de Chapecó, Parque estadual das Araucárias e Reserva Genética de Caçador, SC (Mantovani, 2004)

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU) segundo a lista vermelha da flora de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997)

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU) segundo a Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Usos

Referências

- Base de Dados do Centro Nacional da Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2012.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

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- CONDACK, J. P. S. Dicksoniaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB090945>.

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- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Dicksonia sellowiana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Dicksonia sellowiana>. Acesso em .


Última edição por Daniel Maurenza em 11/06/2012 - 14:40:57